Primeiro trimestre termina com aumento de 43% nos homicídios em Santa Maria

Primeiro trimestre termina com aumento de 43% nos homicídios em Santa Maria

Foto: Rafael Menezes (Diário)

O primeiro trimestre de 2024 em Santa Maria foi marcado por um aumento significativo no número de homicídios, representando um desafio crescente para a segurança pública na região central do Estado.


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Com um total de 23 homicídios registrados, o aumento em relação a igual período de 2023 foi de 43,7%. De janeiro a março do ano passado, o município registrou 16 assassinatos.

 
Houve alta, também, em relação ao primeiro trimestre de 2022, quando 21 foram mortas na cidade.
A partir do perfil das vítimas, conforme os registros da reportagem do Bei, é possível concluir que a principal vítima de assassinato em Santa Maria são os homens. O perfil das vítimas são pessoas do sexo masculino, com idade média de 32 anos, que morreram vítimas de tiros na Região Oeste.

 
Dos 23 homicídios registrados até março, 20 eram homens e, três, mulheres, abrangendo uma faixa etária variada entre 16 e 71 anos. Nove homicídios ocorreram na região oeste de Santa Maria, seguido pelas região Norte e Central, também com nove no total. 


Os números mostram as regiões específicas que requererem atenção especial das autoridades. Entre elas, estão os bairros Carolina e Nova Santa Marta, que juntos somaram nove assassinatos.

 
O ano de 2021 viu uma queda de 53,33% nos homicídios em relação ao ano anterior, sugerindo um possível avanço na segurança. No entanto, essa melhoria foi contrabalançada por um aumento de 200% em 2022, indicando uma mudança. Embora 2023 tenha apresentado uma redução de 19,05%, os números ainda permaneceram altos. Agora, em 2024, o aumento em relação ao ano anterior é expressivo.


Combate
O delegado Marcelo Mendes Arigony, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Santa Maria, destaca os esforços contínuos para esclarecer os homicídios. Ele afirma:

 
– A gente vem trabalhando incessantemente para a elucidação dos homicídios, atendendo todos os locais iniciando as investigações imediatamente de forma integrada com a Brigada Militar, Instituto-Geral de Perícias (IGP) e outras instituições, o que tem levado a índice de elucidação que superam os 90% – diz.

 
As operações da Polícia Civil na captura dos autores dos homicídios têm sido permanentes. Somente nesta primeira semana de abril, cinco suspeitos foram capturados.

 
– Já são 77 mandados de busca cumpridos e 25 capturas, prisões somente no ano de 2024 – informa o delegado.

 
Entretanto, Arigony ressalta que, infelizmente, o esclarecimento dos fatos não reflete diretamente na prevenção de outros homicídios.

 
– É preciso políticas públicas eficazes nas áreas de vulnerabilidade social para que adolescentes, jovens e adultos deixem de ser atraídos pelos grupos criminosos ligados ao sistema prisional e ao tráfico. Só assim vamos conseguir resultados efetivos e duradouros com relação às mortes violentas – observa o delegado de homicídios.

 
Outro ponto preocupante que é evidente neste cenário de aumento da violência em Santa Maria é que a questão prisional desempenha um papel crucial e requer investimentos significativos para melhorar a situação das cadeias. Para especialistas em segurança, os presídios brasileiros funcionam, hoje, como “escolas do crime”, cooptando jovens presos por delitos mais leves, mas que acabam ingressando em facções criminosas vinculadas ao tráfico de drogas.

 
– É fundamental garantir que os presos sejam devidamente contidos e que não possam continuar praticando crimes ou liderando grupos através do uso de telefones celulares. Somente com uma abordagem abrangente que combine esforços de aplicação da lei, políticas públicas eficazes e investimentos adequados na área prisional será possível enfrentar efetivamente o desafio crescente dos homicídios em Santa Maria – diz Arigony.


*Colaborou Marcos Fonseca.

As vítimas da violência

Os crimes no 1º trimestre dos últimos três anos


2022
Janeiro – 4
Fevereiro – 8
Março – 8
Total – 21


2023
Janeiro – 4
Fevereiro – 3
Março – 9
Total – 16

 
2024
Janeiro – 7
Fevereiro – 9
Março – 7
Total – 23

Aumento de 2023 para 2024: 43%


Perfil das vítimas de 2024
20 homens
3 mulheres


Faixa de idade

11 a 20 – 5
21 a 30 – 8
31 a 40 – 6
41 a 50 – 3
51 a 60 – 0
Acima de 60 – 1


Região da cidade

Norte – 4  
Sul – 3
Leste – 2
Oeste – 9
Central – 5


Tipo de arma utilizada
De fogo - 17
Arma branca - 6


Os principais alvos da violência
O perfil mais comum das vítimas de homicídio são pessoas do sexo masculino, com idade média de 32 anos, que são mortas a tiros na região oeste da cidade.


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